... E O GANSO VIROU PATINHO FEIO

21/06/2012 00h55 - Atualizado em 21/06/2012 01h13

Gelado, Ganso joga recuado, não brilha e vê Santos ser eliminado

Em ritmo calmo, camisa 10 atua quase todo o tempo próximo aos zagueiros e não consegue protagonizar jogadas de efeito para o Peixe

Por Marcelo Hazan São Paulo, SP

55 comentários

Quem estava no lotadíssimo Pacaembu sabe: parece impossível passar inerte ao ensurdecedor barulho feito pelos 35 mil corintianos. Não para Ganso. O "maestro" mostra que joga um esporte diferente do futebol. Enquanto a partida corre em uma velocidade, sua calma lhe permite não se abalar com o que acontece ao seu redor. Nem sempre, porém, isso é favorável. No caso da semifinal contra o Corinthians, a calma mais atrapalhou do que ajudou em alguns momentos.
Antes da partida, cumprimento e abraço no amigo Neymar. Com a bola rolando, o camisa 10 começou desatento. Em duas oportunidades, foi desarmado por demorar a definir o lance. Desde os cinco minutos, por orientação ou não de Muricy, recuou atrás da linha dos volantes para ajudar na transição das jogadas - o treinador, porém, costuma pedir para que o meia chegue próximo a área. A intenção de dar qualidade à saída de bola santista foi boa, mas na prática deu pouco resultado.

saiba mais

• Veja como foi o jogo no Pacaembu
• Galeria de fotos do clássico

Ainda no meio da primeira etapa, trama boa jogada com Alan Kardec e sofre falta. Mas justamente no fundamento em que mais se destacou nos treinamentos da véspera do clássico, o meia pecou. Em mais de uma oportunidade cruzou bola sem qualquer perigo nas mãos do gigante Càssio.
Em uma das melhores tentativas de jogada da etapa inicial, enfiou passe pelo meio da zaga corintiana que certamente resultaria em gol. Só faltou sintonia com Borges, que não entendeu sua intenção.
Antes de ver o amigo Neymar abrir o placar no Pacaembu, Ganso imitou o craque de moicano dando chapéu em Leandro Castan já com a bola parada, relembrando lance polêmico que teve Chicão como personagem do arquirrival, em 2010. Mas desta vez não houve animosidade.

Ganso ajeita no peito, cercado por jogadores do Corinthians (Foto: Marcos Ribolli/globoesporte.com)

Após comemorar o gol do camisa 11, Ganso cumprimentou o amigo no intervalo com a sensação de dever cumprido, ao ir para o vestiário. O que ele e todos os santistas não esperavam, porém, era o empate do Timão logo no início do segundo tempo, quando o atleta retornou com uma proteção no joelho direito, local onde realizou uma artroscopia.
- Não estava 100%, mas isso não é motivo para a não-classificação de hoje - disse Ganso, após o jogo.
O gol deu um baque no Santos e em Ganso. A tentativa pelos passes agudos continuaram, mas sem eficiência. O Peixe pouco criou e viu seus dois astros ficarem bem marcados pela forte pegada corintiana. Nem mesmo as três substituições de Muricy surtiram efeito.
- O Corinthians fez um bom primeiro tempo lá na Vila Belmiro, fez o gol e tem uma marcação muito forte que dificultou muito o nosso jogo. A gente começou muito bem aqui no primeiro tempo, teve paciência, tocando bem a bola. No segundo tempo faltou um pouquinho disso. O Corinthians achou o gol, se fechou e foi difícil entrar na defesa - disse Ganso.
- Uma não-classificação na Libertadores, numa semifinal, dói muito. Mas, a gente tem que levantar a cabeça. Futebol é isso. Daqui a pouco, em uma semana, pode mudar tudo e tem que pensar assim - emendou.
FONTE: GLOBOESPORTE.COM